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domingo, 28 de junho de 2009

Javarlânida....?

BoaS a todos

O próximo texto para a tertúlia vai-se basear sobre um documento escrito por outra pessoa noutro blog, sendo este fornecido À minha pessoa através do seguidor André Lobão.

Fica aqui o texto, e quiçá um possivel mote para tertúlia...

Obrigado desde já ao seguidor pela ajuda no fornecimento de textos, e friso mais uma vez que todos estão livres de mandar textos ou temas para tertúlia , enviando a sugestão para oiwhoi@gmail.com

Javarlândia

By António P. Neto

Coimbra parece tomada por uma praga de machos e fêmeas em constante disputa pela mediocridade. A Praça da República e ruas adjacentes torna-se, em pleno dia de semana, intransitável, no meio de grunhidos e mais grunhidos (a promoção do curso é feitagrunhindo). Vomita-se pelos cantos. A comandar o exército estão,guess who, os doutores – trajados – já que a Capa e Batina não existe, repousando em casa ou no chão porque se torna incomodativo carregá-la. A Capa e Batina – aliás, o traje - é a indumentária certa para uma noite de arroto e grunhido. É oficial: estudar em Coimbra deixou de ser diferente por causa do fado, da Associação Académica de Coimbra, da cultura, da praxe (como transmissão de valores) e de tudo aquilo que pode proporcionar enquanto instituição. A cidade transformou-se, hoje, numa arena de javalis (a expressão é de J.P. Simões) em que apenas a boçalidade é premiada – e quanto maior e mais gritante, melhor. Para dar continuidade a este desvirtuamento total da académica, são criadas tunas, tertúlias, reais, imperiais – ou o que servir – dentro das próprias faculdades para que aquilo que o estudante de Coimbra tenha que conhecer da Associação Académica seja apenas o Bar.

A academia de Coimbra (mas não apenas ela, obviamente) atravessa a maior crise de valores e de identidade que provavelmente conheceu no últimos 30 anos. A Universidade deixou de ser um pólo de cultura, para passar a ser um supermercado de licenciaturas e títulos que em nada se traduzem no mundo real. Estudar em Coimbra é, numa quantidade assustadora de casos (Privadas, Politécnicos e Licenciaturas com nome de hobby), uma maneira de torrar dinheiro aos pais para obter, a muito custo, um grau que apenas promete lugar na caixa de um hipermercado. É óbvio que os estudantes não são os únicos culpados, mas não haja ilusões: têm responsabilidades, já que não fazem o mínimo esforço para se cultivar, deixando-se envolver apenas nesta neblina de mediocridade, considerada aceite.

As próprias festas académicas denunciam a total aniquilação da identidade de Coimbra. Se são, por um lado, máquinas de recrutamento de almas que em mais nada se destacam, são, por outro, uma indústria. Não há um mínimo esforço de divulgação da música e cultura portuguesas (sendo que estes palcos seriam, sem dúvida, os indicados para o efeito). Há apenas a necessidade de imitar o que as outras academias fazem, criando uma espécie deRock in Rio Mondego, pobre e descaracterizado. Um festival como qualquer outro, uma semana académica que poderia acontecer (e acontece) em moldes iguais (ou melhores, até) em qualquer ponto do país. No meio disto tudo, os estudantes celebram e nem sabem porque celebram. Passam por Coimbra e choram, no fim, durante a serenata monumental e também não sabem porquê. Mas têm razões para isso: vão sair para o mundo real, e muito provavelmente vão estar desempregados e descontentes com as adversidades. Vão olhar para trás com saudade do tempo em que gastavam balúrdios aos pais para viver Coimbra. No meio da javardice, claro.


Fonte:http://amesadecafe.wordpress.com/2008/10/20/javarlandia/

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